sábado, 19 de março de 2011

JOSÉ BERNARDO DA SILVA - POETA E EDITOR DE CORDEL


JOSÉ BERNARDO DA SILVA: POETA, EDITOR E “EDUCADOR”
Em artigo publicado no JORNAL DA PARAÍBA, o poeta e jornalista Manoel Monteiro enaltece a figura de Manoel Camilo dos Santos, grande editor e poeta popular paraibano, pela sua inestimável contribuição ao povo nordestino como educador, um “mestre-escola incansável”, no dizer de Monteiro, já que a poesia popular tem, dentre outras qualidades, a de ensinar o povo a ler. E o poeta vai mais além: “Estamos cortando a fita do terceiro milênio com cerca de 40% de desletradados e, se esse número não é maior, graças se dê ao Professor Folheto.”
Se Manoel Camilo e tantos outros menestréis nordestinos tiveram essa qualidade admirável de semear as letras num país de analfabetos como o Nordeste, o que dizer então da grande figura que foi JOSÉ BERNARDO DA SILVA, o maior editor de Literatura de Cordel durante as décadas de 40, 50 e 60. Mesmo com o seu falecimento em 1971, a Lira Nordestina (nome que ganhou a sua casa editorial – a Tipografia São Francisco - por sugestão do poeta Patativa do Assaré) continuou esse trabalho até meados da década de 80.
Depois que este maravilhoso acervo foi vendido ao Governo do Estado, resta apenas uma tênue lembrança do que já foi a nossa Lira, graças a dedicação do já falecido Expedito Sebastião da Silva e do xilógrafo José Lourenço Gonzaga, que tem metade de sua existência dedicada a velha tipografia.Entretanto, os méritos de José Bernardo da Silva como difusor dessa grande manifestação cultural nordestina e seu trabalho como “educador” de massas através da cartilha mágica que são os folhetos, ainda não foram de fato reconhecidos em Juazeiro do Norte, terra o poeta exerceu toda a sua atividade nessa área. Agora em 2001, surge uma grande oportunidade para lhe prestar a gratidão devida, uma vez que este ano marcará o seu centenário de nascimento.
José Bernardo da Silva nasceu em Alagoas a 2 de novembro de 1901. Filho de pequeno sitiante, segundo apuraram os mais acreditados pesquisadores da Literatura de Cordel, emigrou com seu pai na seca de 1915 para Pernambuco, instalando-se inicialmente na cidade de Vitória do Santo Antão, onde trabalhava na lavoura. Em 1924, casa-se com Ana Vicência de Arruda e Silva.
Veio pela primeira vez ao Juazeiro do Norte em 1926, numa romaria, percorrendo todo o trajeto a pé em companhia da mulher e da filha mais velha. Chegando na Meca do Cariri, travou conhecimento com o grande Patriarca do Juazeiro e resolveu fixar-se na cidade, onde começou a trabalhar como vendedor ambulante de raízes e outros produtos medicinais usados pelo povo.
Notando o interesse dos romeiros pela poesia popular, começou a vender os primeiros folhetos, seus e de outros autores, no final daquela década.Padre Cícero era um grande incentivador dos poetas cordelistas, conforme atestava João de Cristo Rei e outros vates que tiveram a graça de conhecer “meu padrinho”. Em suas constantes viagens ao Recife, José Bernardo adquiria folhetos editados por João Martins de Athayde, de quem acabaria se tornando o maior revendedor (ou agente), como eram chamados os folheteiros. Até 1936, José Bernardo editava seus folhetos na gráfica do Bispo do Crato.
Naquele ano, a conselho do mesmo, adquiriu sua primeira máquina – uma rudimentar impressora de pedal – que foi paga parceladamente.Começa então sua atividade editorial, que alcançaria o apogeu em 1949, quando João Martins de Athayde encerrou as atividades de sua editora e vendeu todo o acervo da mesma a José Bernardo, inclusive a obra do grande poeta Leandro Gomes de Barros, cujos direitos autorais pertenciam a Athayde.
Nos anos 50, Juazeiro do Norte publicava os maiores clássicos do cordel: Pavão Mysterioso, Alonso e Marina, Juvenal e o Dragão, Cancão de Fogo, João Grilo, Donzela Teodora e outras estórias que faziam parte do acervo comprado legalmente por José Bernardo.
Segundo afirma o pesquisador Liêdo Maranhão, a atividade dos xilógrafos de Juazeiro, hoje reconhecida mundialmente, começou graças ao incentivo de José Bernardo, que encomendou os primeiros “tacos” ao Mestre Noza, Antônio Relojoeiro, Mestre Noza, Damásio Paulo, entre outros. Hoje, o mais famoso xilógrafo de Juazeiro do Norte é neto do poeta.
Trata-se da admirável figura de Stênio Diniz, um artista cuja obra já percorreu meio mundo e é admirada em museus e universidades da Europa.
É este José Bernardo da Silva, alagoano, romeiro de “meu padrim”, que Juazeiro do Norte deve homenagear em 2001, pelo seu imenso legado prestado a cultura popular nordestina. Só a sua atividade como “educador” já seria suficiente para o poeta obter o reconhecimento das autoridades do Cariri e por conseguinte de todo o Nordeste. Sim, pois não é pretensão afirmar que seus folhetos foram responsáveis diretos pela alfabetização de milhares de nordestinos.
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Por: Arievaldo Viana
Texto escrito em 2001, por ocasião do CENTENÁRIO de nascimento do poeta JOSÉ BERNARDO DA SILVA
Fonte:
www.flofao.com.br
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quarta-feira, 16 de março de 2011

Japão: depois da tragédia à Hecatombe. Será?

Depois da catástrofe, agora vem o pânico diante da terrível ameaça de um iminente desastre nuclear, cujas proporções ninguém ainda será capaz de precisar ao certo. Esta é a nova e insustentável imagem do Japão, após a tragédia provocada pela série de terremotos e a grande onda ocasionada pelo Tsunami que juntos arrasaram populações inteiras situadas na margem litorânea do pais do “Sol Nascente”.
Parece improvável (para não dizer impossível) se imaginar uma nação das mais ricas e prósperas do Globo tendo neste momento que passar por uma situação de completo desânimo e sofrimento, como ora atônitos presenciamos pela TV e pela Internet. Uma destruição somente experimentada em históricos estados de guerra e por outro lado, nos remete às horríveis ocorrências de Hiroshima e Nagasak, tristes episódios que puseram fim ao conflito bélico mundial de 1945. Talvez seja este o preço a que todos terão que pagar (de um jeito ou de outro) por conta do péssimo tratamento que há séculos vem sendo dispensado à natureza, movidos que somos, por uma visão predatória e utilitária em relação aos ecossistemas terrestres e os recursos naturais.
Engana-se, todavia, quem pensar que os recentes incidentes do Japão possam se constituir apenas como um fato isolado diante do contexto de profundas mudanças climáticas e de aquecimento global que se batem sobre a face da Terra.
O que está a ocorrer nas diversas partes do planeta, são sérios indicativos de que algo de muito perigoso, grave e preocupante ainda está por vir. Ao que tudo indica provocados pelo alto nível de poluição, atividades antrópicas e o desequilíbrio ambiental por que passa a Terra.
Diante de todo este caos, cabe uma reflexão por parte dos seres humanos. Especialmente as chamadas lideranças mundiais. Ou seja: Será que vale a pena insistirmos tanto namanutenção do atual modelo de desenvolvimento econômico baseado na destruição desenfreada do meio ambiente e dos recursos naturais?
Será que vale a pena pagarmos um preço tão alto pela cega insistência humana em se brincar de ser Deus. Ou ainda será que vale a pena continuarmos investindo na fissão nuclear e na instalação indiscriminada de usinas atômicas pelo mundo afora?
Caso prossigamos com esta insensatez; depois das tragédias do Japão e da Indonésia teremos forçosamente que presenciar à hecatombe final. Quando fatalmente haveremos de vivenciar o mesmo fim que tiveram um dia os dinossauros.
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José Cícero
Professor de Biologia
Secretário CulturaAurora-CE.
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Foto: Da Internet

domingo, 13 de março de 2011

A estratégia de Lampião na geografia da caatinga da Aurora

Abaixo, notável relato do professor e pesquisador José Cícero sobre a façanha realizada por Virgulino Ferreira em terras sul cearenses, mas precisamente em sua Aurora, após cerco e fuga da Fazenda Ipueiras de Zé Cardoso e Izaias Arruda, depois da malograda invasão a Mossoró. Da: Editoria do site Cariri Cangaço"No dia 7 de julho de 1927 por volta das 13h em meio a um intenso tiroteio contra as tropas do major Moisés de Figueredo e os jagunços do Cel. Izaías Arruda os cabras de Lampião saíram às pressas da fazenda Ipueiras de Aurora. Dias antes porém, no início do mês, adentraram o município de Aurora pela serra da Varzea Grande na extrema com Lavras da Mangabeira rompendo um novo cerco, depois do cansaço da Macambira anteriormente corrido no riacho do sangue. Que deste feita fora empreendido pelos lavrenses irmãos Augustos.
Lampião pernoitou às margens de um riacho(das murtas) na altura do sítio Ribeiro(próximo onde existe hoje o cemitério de Santa Vitória). Lá alimentou todo o seu bando. A comida lhe foi oferecida pelo proprietário da terra o Sr. Rangel. Pela madrugado rompeu mais um cerco, agora empiquetado pelas volantes paraibanas e do do rio grande do Norte.
Saíra milagrosamente mais uma vez ileso. Até hoje, a passagem do brando no meio das duas volante é um mistério. De lá seguiu para o sítio Malhada Funda, quando foi recebido pelo proprietário o Sr. Gregório Gonçalves em sua residência. Um casarão semi-abandonado mas ainda hoje de pé.
Ao redor da casa grande da fazenda o bando almoçou. Um garrote e dois bodes foram assados para os cangaceiros. De lá seguiram para a serra dos Cantins guiado pelo morador do lugar de nome David Silva. Até o dia 7 Lampião e seus comandados ficaram acoitados entre a serra do Coxá, Diamante, cantins ambas na direção e proximidades da célebtre fazenda Ipueiras - propriedade de Zé Cardoso e o Coronel Izaías Arruda, grande coiteiro do cangaceiro. Neste coite, recebeu por várias vezes algumas autoridades não apenas de Aurora.
A comunicação entre o esconderijo e a fazenda(quartel-mor) do cangaço era feita pelo vaqueiro de Izaías Miguel Saraiva que dias depois seria o encarregado de preparar o banquete envenenado. Na fazenda Ipueiras ocorreria dias depois o cerco e o tiroteio, após a recusa da comida com veneno.
O ziguezague que a partir dali realizou o rei do cangaço no território aurorense foi algo só digno de um profundo conhecedor da caatinga aurorense. Logo após a hsitórica traição e o chamado fogo da Ipueiras, Lampião com o que restou do seu bando seguiu para a serra do Góes já na divisa com Caririaçu indo pelas bandas do Pau Branco atravessando o Salgado na altura do sítio Barro Vermelho, passando pelo Jatobá, Brandão e pernoitando em Vazantes.
De lá se dirigiu para a serra dos Quintos e no dia 9 para a serra dos Góes, seguindo pelo riacho da boa vista até a ponta da serra pras bandas do Cajuí.
Adentrou assim o município de Milagres transpondo a linha de ferro na localidade de Morro Dourado ainda em terras de Aurora já nas proximidades de Ingazeiras. Uma volta que envolveu todo o perímetro do território aurorense. Esta estratégia deixou completamente perdidos os que o caçavam a ferro e fogo.
Dali conseguiu penetrar sem ser incomodado o estado da Paraíba pelas fímbrias da serra de Santa Inês. Sem sombra de dúvidas, um fino estrategista. Verdadeiro preá das matas.
Dera um banho de conhecimento geográfico nas diversas frentes policiais que tentaram cercá-lo no Cariri e alhures, sobretudo nas saídas para Paraíba e Pernambuco. Este tino de rasgar os sertões com exímia perícia era uma coisa admirável no ‘Che Guevara’ dos grotões. Indubitavelmente foi notável também neste aspecto.
Esta capacidade invejável de vencer os sertões inóspitos do Nordeste ajudara bastante nas incursões que fizera com sucesso durante todos os anos que pontificou com o rei do cangaço. Lugares que até então, nenhum cristão da capital havia posto os pés e nem sequer ouvido falar. Porém, por conta de Lampião, estava lá nos jornais da época, na pauta dos governos, na boca da sociedade elitista, malgrado toda a crítica contra ou a favor do Virgulino, os sertões passaram a fazer parte da agenda da capital.
Por tudo isso, o cangaço ajudou de alguma maneira, a denunciar o sofrimento dos sertanejos abandonados pela sorte e pelo poder diante de toda uma dura excludência. Numa época em que o mapa social do Brasil quase sempre não passava do Litoral. Eis aí o maior legado deixado por Lampião."
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José Cícero
Secretário de Cultura
e Pesquisador de Aurora.
Ps. Matéria publicada hoje em:
Da Redação:
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sexta-feira, 11 de março de 2011

CEARENSES APRESENTAM PROPOSTAS POLÊMICAS NA CÂMARA

Com uma atuação pró-ativa, os deputados cearenses iniciaram seus mandatos nesta legislatura tendo como principal objetivo mostrar serviço. Os deputados novatos são os mais ativos e, além de projetos inovadores e alguns até mesmo polêmicos, os cearenses apresentam propostas para a criação de novas frentes parlamentares e até mesmo novas formas de atuação da bancada junto ao governo federal. Uma das propostas mais polêmicas apresentadas até o momento por um dos novatos na Câmara é o projeto do deputado Genecias Noronha. Ele defende que os créditos obtidos com a venda das passagens aéreas, custeadas pelo Poder Público, o chamado programa de milhagem, sejam aproveitados pelo ente federativo pagador do bilhete e que os referidos créditos possam ser utilizados pelo governo exclusivamente em programas de inclusão social como nos custos de atividades esportivas.
Outro deputado que entrou na Câmara Federal já provocando polêmica foi Raimundo Macedo. Ele é autor de uma emenda apresentada em parceria com outros parlamentares e que visa impedir que o governo determine o valor do salário mínimo através de medida provisória.
Na justificativa da emenda de sua autoria, Raimundão justifica que ao fixar o valor do salário mínimo por medida provisória o governo está “usurpando” o direito do Legislativo de debater e decidir sobre a matéria.
Fonte:Assessoria de Imprensa do Dep. R. Macedo (88) 9644.3489 ou 8825.3001
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